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Na tarde da sexta-feira, 17 de julho, tive a oportunidade de passar bons momentos tomando um café no primeiro (espero que de muitos) parklets instalados na cidade.
Parklets são aqueles espaços para pessoas estacionados em vagas para carros. Simples assim: um estrutura de madeira, uma espécie de sala de estar ao ar livre, pra quem tiver a fins de curtir alguns momentos lendo, dando um tempo, conversando. Enfim, vivendo a cidade.
A rigor, não é algo muito diferente do que mesinhas na calçada de um buteco qualquer. Mas, na verdade, um parklet não é apenas um lugar para ficar. É uma atitude, uma retomada do espaço público pelas pessoas. E, no caso de Jundiaí, pela municipalidade.
Porque, afinal, o parklet (vejam só) é uma iniciativa oficial. Pelo menos até que uma lei seja aprovada e permita que cidadãos também instalem os seus, ampliando os espaços dos pedestres.
Uma iniciativa que mostra uma escolha: devolver parte do espaço público tomada pelo automóvel ao seus legítimos donos.
Não é de hoje que se questiona a razão pela qual os 20% possuidores de automóveis ocupem pelo menos 80% do espaço das cidades. Um parklet é uma espécie de peça de marketing capaz de chamar a atenção para esse descompasso.
Cidades com pessoas nas ruas são cidades mais saudáveis.
Carros são barulhentos, poluem o meio ambiente e são ineficientes do ponto de vista de transporte, uma vez que é preciso muito combustível e muito espaço para transportar, em geral, uma pessoa.
O melhor mesmo é ter uma estrutura capaz de garantir que os deslocamentos sejam feitos a pé. Ou de bicicleta. Ou ainda de transporte público. Motos e ciclomotores ainda seriam alternativas mais saudáveis que carros.
E o melhor de tudo seria ter uma estrutura capaz de combinar tudo. Afinal, seres humanos não nascem motoristas, ciclistas ou caminhantes. Nascem humanos. E ao combinar tudo fica mais legal de ver a cidade.
Um dia de sol é bom pra caminhar, andar de bike, interagir. Dia de chuva (pra quem ainda é novato nessa história de caminhar e pedalar) um bom ônibus já auxilia e, se não der, vai de carro mesmo. Mas de vez em quando. Sem escravidão.
Mas é bom lembrar (especialmente quem governa) que apenas 20% das pessoas tem carro. Pros outros 80% dia mundial sem carro é todo dia.
Criar estruturas como parklets, bancos, mesas, árvores e espaços que façam com as que pessoas se sintam confortáveis ao ar livre permite uma retomada da cidade. Um renascimento do olhar das pessoas para a cidade e das pessoas para as pessoas (o que é infinitamente mais importante).
Que venham outros paklets, bancos e iniciativas positivas como esta.
Reportagem da TV E