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Alguns discos tornam-se lendas. Lendas vivas. Alguns discos são míticos e místicos. Tente se lembrar da primeira vez que ouviu Clube da Esquina e traga à tona as sensações. Apesar de cada audição ser extremamente particular e íntima, é comum ouvir relatos de paixões instantâneas, e sentimentos inexplicáveis por esse trabalho de Milton e Lô.
A arte, em geral, costuma traduzir e trazer em suas entrelinhas o momento vivido pelos artistas, estes, por sua vez, trazem em suas experiências e vivências o cotidiano de uma época, uma história presente, uma bagagem de conhecimentos, um pouco da realidade em que vivem. Por isso, cada disco que ouvimos conta um pouco do mundo, da época, das cidades, das regiões, Estados.
Clube da Esquina é Minas Gerais para os ouvidos e corações. Clube da Esquina é também a efervescência jovem, é a beatlemania aliada ao folclore. É o Jazz e a Bossa Nova em copos de cerveja. É o progressivo com a música regional.
Numa época em que o prazer em ouvir música exigia um esforço a mais, em que exigia economias para adquirir os bolachões. Em uma época em que passava-se um mês todo desfrutando o mesmo Vinil, Clube da Esquina, um álbum duplo, exigiu ainda mais esforço dos admiradores, mais economias, mas retribuiu com a contemplação dupla de quem tem duas vezes mais músicas para apreciar durante o mês.
Essa obra prima tão cultuada e admirada por gerações tem agora uma segunda chance de pertencer à sua coleção, e fazer parte do seu mês, do seu dia a dia, do seu ano. Essa reunião de influências latinas, inglesas e americanas pode novamente te fazer sentir aquela sensação de escutar Clube da Esquina pela primeira vez.
A Polysom inicia 2017 com um Relançamento mais que esperado e cobrado pelos admiradores do Vinil. Clube da Esquina I e II estão em pré-venda e você pode garantir o seu na Bilesky Discos.
Clube da Esquina 1
Iniciado em Belo Horizonte nos anos 60, o Clube da Esquina foi um dos mais expressivos movimentos da música nacional. Influenciando gerações seguintes, mineiras ou não, seus artistas inovaram na sonoridade e traziam nas letras verdadeiras poesias. Seu primeiro disco, homônimo de 1972, volta às prateleiras esse ano pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom, em vinil duplo de 180 gramas.
Com as músicas interpretadas por Milton Nascimento e Lô Borges, o disco traz 21 faixas, em sua maior parte de autoria dos dois, de Márcio Borges, Fernando Brant e Ronaldo Bastos. Entre elas estão “Clube da Esquina Nº 2”, “Tudo que Você Podia Ser”, “Trem Azul”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” e “Paisagem da Janela”. Beto Guedes canta com Milton “Saídas e Bandeiras Nº1”, “Saídas e Bandeiras Nº 2” e “Nada Será como Antes”. Alaíde Costa também participa do álbum em “Me Deixa em Paz”.
Clube da Esquina 2
Um dos movimentos mais expressivos da música nacional, o Clube da Esquina, surgido em Minas Gerais, ainda exerce grande influência em artistas nacionais. Com Milton Nascimento e os irmãos Lô e Marcio Borges à frente, eles apresentaram uma nova sonoridade, misturando MPB, folk, jazz, ritmos folclóricos dos negros mineiros e alguns recursos da música erudita e hispânica.
Esse ano, volta às lojas pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom, seu segundo e último registro, “Clube da Esquina 2” (1978), em vinil duplo de 180 gramas. O álbum traz 23 faixas, assinadas por Milton, Lô, Marcio e grandes parceiros: Fernando Brant, Flavio Venturini, Murilo Antunes, Ronaldo Bastos, Joyce Moreno, Ruy Guerra, Beto Guedes e Danilo Caymmi, entre outros. Milton, que canta todas as canções, divide o vocal em algumas com Elis Regina (“O que Feito Devera (De Vera)”), Chico Buarque (“Canción por la Unidad Latinoamericana”), Boca Livre (“Mistérios”) e Flavio Venturini (“Nascente”).