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Por Fabiane Bernardi
Se você perguntar para uma criança quem é Kiko Mistrorigo, ela pode lhe devolver uma cara de “ué”, mas tente perguntar se conhece a Luna ou o Peixonauta. Com certeza seus pequenos olhinhos vão brilhar. Ela ainda não sabe, mas Kiko é o “pai” desses importantes personagens de animação brasileiros que, além de muitos prêmios, colecionam milhares de fãs em mais de 90 países. Para falar de sua experiência com o público infantil, Kiko estará em Jundiaí neste sábado, dia 23, no evento de educação “Compartilhar para Aprender”, promovido pelo projeto Diálogos Pedagógicos, da pedagoga jundiaiense Lia Mara dos Santos.
Para batizar sua palestra, Kiko emprestou o bordão de Luna – “São Tantas Perguntas…” – e a partir dele, pretende falar a professores e educadores em geral sobre a importância de apresentar às crianças a prática do método científico, tal qual faz Luna, a menina nerd, questionadora, que sonha em ser cientista e, assim, encontrar respostas para todas as suas perguntas.
“A Luna observa, questiona, imagina, cria hipóteses, experimenta, até chegar a uma conclusão. É um caminho de aprendizado que coloca as crianças capazes de gerarem suas próprias teorias. Não podemos nos esquecer que as grandes teorias nasceram da imaginação das pessoas, afinal, perguntas geram novas perguntas. E nesse sentido, incentivamos a imaginação das crianças, que é ilimitada”, observa ele.
Kiko conta que, certa vez, foi chamado para dar uma palestra para alunos de pós-graduação em uma universidade em Londrina (PR) e eles ficaram surpresos por verem crianças de 2 a 6 anos tendo contato com o método de questionamento científico proposto por desenhos como “O Show da Luna!” (indicado ao Emmy 2016). “É preciso acabar com esse preconceito de que ciência é uma coisa pesada. Temos que ser menos sectários”, ensina.
Ele pontua que hoje, com a tecnologia inserida na vida das crianças, elas tendem a ficar mais passivas e buscar respostas no Google, mas que não deixam de observar o que acontece ao seu redor. “Sabemos que o conhecimento está lá, disponível na ‘nuvem’, porém, como chegar até ele? É por isso que propomos um método no qual a criança faça suas inter-relações com as perguntas, que fique atenta e explore, entendendo que na ciência não existe verdade final nunca. Pelo contrário: a ciência gera perguntas, cujas respostas geram outras perguntas”. Opa, do jeito que a Luna gosta!
É nesse sentido que está apoiado seu trabalho de produção de animação infantil, na TV Pinguim. Fundada em 1989, com Celia Catunda, a produtora foi pioneira na produção de conteúdo infantil independente no Brasil e recebeu os prêmios APEX “Abertura de Novos Mercados” em 2007 e “Melhores do Brasil” em 2009 . “É possível fazer conteúdos para TV e cinema estando localizado na linha tênue entre o educativo e o entretenimento de qualidade”, garante ele.
E seu trabalho não deixa dúvida disso. Kiko criou e dirigiu, com Célia Catunda, a série de animação “Peixonauta”, produzida em associação com o canal Discovery Kids, tornando-se o programa mais visto na TV a cabo brasileira em 2009 e 2010. A série recebeu o Prix Jeunesse Latino Americano, o prêmio APCA e atualmente é veiculada em mais de 80 países. Da mesma forma, criaram e dirigiram a série “O Show da Luna!” veiculada pela TV Brasil, Discovery Kids (América Latina, Ásia e Oceania), NBC-Sprout (EUA) e para mais de 90 países. E não para por aí: atualmente ele dirige o longa metragem “Peixonauta, o Filme” e a quarta temporada do “O Show da Luna!”.
O evento “Compartilhar para Aprender” será realizado durante todo o dia 23, das 8h às 17h, no auditório do Colégio Divino Salvador. Mais informações pelo site dialogospedagogicos.com.