Share This Article
Na reunião de transição entre a gestão do prefeito Luiz Fernando Machado (PL) e a equipe do prefeito eleito Gustavo Martinelli (União Brasil), realizada em 25 de novembro, a saúde pública foi um dos temas mais debatidos.
A equipe do governo eleito levantou preocupações sobre a possibilidade de desassistência no atendimento médico à população, motivada por um déficit orçamentário significativo na área.
A equipe de transição do prefeito eleito, destacou a preocupação com o impacto de um possível déficit de R$ 180 milhões na Secretaria de Saúde em 2025, valor que excede os R$ 100 milhões inicialmente divulgados em audiência pública na Câmara Municipal.
Segundo os integrantes da equipe de transição, o corte no orçamento poderia comprometer contratos e convênios essenciais para consultas, exames, internações e cirurgias.
Contratos Reduzidos e Fila Oncológica
Entre os pontos mais críticos, a equipe mencionou a redução de leitos contratados no Hospital Santa Elisa, que passou de 35 para 15, além da suspensão de dois centros cirúrgicos.
Essa mudança, segundo a equipe de transição, poderia agravar a situação do Hospital São Vicente, que já enfrenta dificuldades com um déficit de R$ 7 milhões.
A fila de cirurgias oncológicas também foi tema central.
Enquanto a atual administração assegurou que pacientes oncológicos têm prioridade, os dados apresentados pela equipe do prefeito eleito indicam que o início do tratamento de quimioterapia, antes com média de sete dias, agora pode levar até 30 dias, um aumento preocupante para pacientes que demandam atendimento urgente.
Argumentos da Atual Gestão
A equipe de transição da atual administração afirmou que, apesar dos desafios, não há risco de desassistência, principalmente para casos prioritários, como tratamentos oncológicos e cirúrgicos.
Segundo a gestão de Saúde do município, a ampliação de leitos em unidades de pronto atendimento, como o recém-inaugurado Pronto Atendimento da Ponte São João, oferece suporte adicional ao sistema de saúde.
Contudo, foi reconhecido um aumento no tempo de espera para consultas e exames de rotina, atribuído a uma “frustração orçamentária” e ao represamento causado pela pandemia.
Ainda assim, foi informado que o município continua atendendo a exigência legal de iniciar tratamentos oncológicos em até 60 dias, embora o tempo ideal de atendimento não seja plenamente alcançado.
Próximos Passos
A equipe do prefeito eleito pretende aprofundar a análise dos dados financeiros e operacionais fornecidos pela atual gestão para verificar a procedência das informações.
O objetivo é garantir a continuidade dos serviços de saúde sem prejuízo para os moradores de Jundiaí, especialmente nas áreas de maior complexidade e urgência, como a oncologia.