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Como as mudanças do planeta já alteram a nossa espécie humana

Por José Arnaldo de Oliveira

Um trabalho muito interessante foi feito no portal eletrônico “Welcome to Anthropocene” reunindo as mudanças reais que estão ocorrendo no planeta e que já afetam a nossa espécie humana (além de todas outras formas de vida).

Como destaque na retomada de pressões de empreiteiros por novas aberturas para o uso do território na cidade paulista de Jundiaí em mudanças do Plano Diretor (ao lado de ajustes que podem ser mesmo necessários), observe-se o vídeo educativo desse portal sobre a urbanização mundial.

Até 2030, centenas de cidades principalmente na América Latina, África e Ásia vão concentrar a maioria das populações de seus países – e em alguns casos chegando a uma população de 25 milhões de pessoas cada uma.

Muitas dessas áreas apontadas também são elevadas em biodiversidade.

Como ocorre com o cinturão verde de Jundiaí, uma macrozona rural que inclui não apenas a Serra do Japi ou a Serra dos Cristais mas as porções locais quase inteiras de bacias como do rio Jundiaí-Mirim, do rio Capivari, do ribeirão Cachoeira-Caxambu ou do córrego da Estiva, entre outros.

Vivemos, não interessa quão transformadas foram, em partes da floresta atlântica e do cerrado. Nossa casa, nossa escola, nossa indústria, nosso comércio ou nossos escritórios são parte desses biomas.

Se não entendemos isso, devemos admitir que nossa educação falhou. E que como outros serviços públicos sofreu não apenas com a corrupção endêmica mas também com a ineficiência estatal e com a burocracia excessiva.

O lucro não é um problema em si, mas apenas quando depende de propina. Da mesma maneira o desenvolvimento não é um problema de forma isolada, mas somente quando depende da destruição da cidade ou da natureza.

O mesmo vídeo educativo mostra rapidamente exemplos com fábricas que viraram espaços de criação ou de cultivo, conjuntos residenciais com energia solar, hortas em telhados verdes, veículos elétricos, transporte moderno sobre trilhos, bicicletas em grande quantidade, paisagens preservadas, rios despoluídos, crianças aprendendo junto a árvores.

O trabalho foi produzido pelo Centro de Resiliência de Estocolmo (SRC), entidade sediada na Suécia, e pelo secretariado da Convenção da Diversidade Biológica (SCBD), das Nações Unidas. E pode ser visto, com narração ainda em inglês mas com forte expressão visual, em

An Urbanizing Planet | Narrated by Edward Norton from WelcomeAnthropocene on Vimeo.

Mas podemos estar nos perguntando “que eu tenho a ver com isso”. O Antropoceno é um termo crescente entre os cientistas para definir o que desde meados do século passado ou retrasado vem diferenciando totalmente o mundo a partir da ação humana sobre os pelo menos 10 mil anos anteriores. Ou seja, as mudanças cada vez mais evidentes de extinção das espécies, de alterações nos ciclos hidrológicos da água e de fenômenos de mudança cada vez maior do clima.

As decisões sobre o uso do território de cada cidade são parte essencial desse novo cenário.

Jundiaí tem pontos positivos a colocar nessa mesa, desde a conservação da Serra do Japi até a despoluição do seu principal rio. Mas as coisas são complexas. Sem conectividade, a serra pode virar apenas um “fóssil vivo” pela ausência de circulação genética. Sem os diversos rios secundários, o rio principal pode ser apenas um canal sem vida.

Os adultos de hoje, principalmente donos ou mediadores de centenas de hectares urbanos ou rurais, possuem uma responsabilidade pelo legado ancestral da comunidade e mais ainda com o futuro para as novas gerações que virão – e ainda mais com a vida, em seu sentido mais amplo.

As decisões devem estar bem informadas, mesmo com os conflitos de interesses, e buscarem soluções para 2017 e não mais como para 1977, por exemplo.

As cidades não podem mais ser apenas uma mercadoria. Mas podem ser uma oportunidade para negócios sustentáveis, desde que o nome não seja apenas marketing para velhas práticas. Peça apenas bom senso ao seu vereador, ao seu prefeito, ao seu grupo de amigos. A Terra agradece.

Ah, se quiser ver mais desse portal visite http://www.anthropocene.info/index.php

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