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Edson Grandisoli: educação para a sustentabilidade e o futuro das escolas

No cenário educacional brasileiro, a busca por metodologias que aproximem os estudantes dos desafios socioambientais tem ganhado força. Um dos principais expoentes desse movimento é o pesquisador Edson Grandisoli, que esteve em Jundiaí nesta semana como palestrante no lançamento do programa municipal “Escola da Gente”, iniciativa que consolida políticas públicas de educação.

Em sua fala, intitulada “O presente e o futuro da Sustentabilidade na Educação”, ele destacou a importância da política e da ação coletiva na sensibilização para a sustentabilidade, reforçando que a presença do tema nas escolas depende da tríade: gestão, espaço e currículo.

Com uma trajetória dedicada à sustentabilidade na educação, Grandisoli desenvolveu, entre 2010 e 2016, o projeto “Educação para a Sustentabilidade” (EpS), que se tornou referência na formação de jovens engajados na transformação socioambiental.

Pedagogia da Sustentabilidade na Prática

A experiência de sete anos do EpS, aplicada em uma escola privada de São Paulo, resultou na tese de doutorado de Grandisoli pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP. O estudo analisou como uma abordagem ativa e crítica da educação ambiental pode influenciar diretamente o comportamento e as escolhas dos estudantes.

O projeto envolveu alunos do ensino médio em atividades concretas para tornar o ambiente escolar mais sustentável, como a implementação de um sistema de gestão de resíduos, a criação de um bicicletário e a eliminação do uso de copos plásticos.

Utilizando metodologias ativas de aprendizagem e os princípios da Educação Ambiental Crítica, o EpS incentivou o protagonismo dos estudantes, que não apenas identificavam problemas ambientais na escola, mas também planejavam e executavam soluções.

Os resultados foram expressivos: pesquisas indicaram que os participantes demonstraram mudanças significativas em conhecimento, valores e atitudes em relação à sustentabilidade, com impactos duradouros em suas escolhas acadêmicas e profissionais.

Educação Climática e o Futuro das Escolas

Além do projeto EpS, Grandisoli tem sido um defensor da educação climática como eixo fundamental para o ensino do século XXI. Em artigos e palestras, ele argumenta que a crise climática deve ser abordada de forma interdisciplinar dentro das escolas, preparando os alunos para enfrentarem os desafios ambientais do presente e do futuro.

Ele destaca a necessidade de transformar as escolas em centros de inovação e engajamento social, onde os estudantes possam desenvolver habilidades como pensamento crítico, trabalho em equipe e liderança sustentável.

Para Grandisoli, a educação para a sustentabilidade não deve ser apenas um complemento ao currículo tradicional, mas sim um pilar central na formação dos jovens.

Segundo ele, “é essencial que a escola seja um espaço onde os alunos aprendam a lidar com a complexidade dos problemas socioambientais e se tornem agentes ativos na construção de um futuro mais sustentável”.

Impacto e Perspectivas

Os desdobramentos do trabalho de Grandisoli vão além do ambiente escolar. Seu estudo demonstrou que a pedagogia da sustentabilidade tem o potencial de transformar não apenas os alunos, mas também professores e gestores escolares. No entanto, ele reconhece que há desafios na ampliação desse modelo, principalmente em relação à formação de educadores e à estrutura das escolas públicas brasileiras.

Com uma atuação que combina pesquisa acadêmica e experiências práticas, Edson Grandisoli se consolida como uma voz influente na construção de um modelo educacional mais conectado com as urgências ambientais. Seu trabalho aponta caminhos para que a educação não apenas informe, mas também inspire e capacite jovens para liderar mudanças em suas comunidades e no mundo.

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