A retomada do transporte ferroviário em São Paulo foi tema de uma reunião realizada na manhã desta terça-feira (29) na Prefeitura de Jundiaí.
O encontro reuniu representantes do Grupo de Trabalho Ferrovias SP, criado pelo governo estadual para desenvolver o Plano Estratégico Ferroviário do Estado de São Paulo (PEF-SP), e gestores municipais. O objetivo do plano é reativar mais de 2.500 quilômetros de malha ferroviária inoperante ou subutilizada no estado.
Coordenado por Luiz Alberto Fioravante, o GT Ferrovias SP tem promovido reuniões em diversos municípios paulistas para apresentar o projeto e discutir sua implementação.
Em Jundiaí, o grupo foi recebido pelo gestor da Unidade de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi, além dos gestores Aloysio Queiroz (Mobilidade e Transporte) e Marcelo Peroni (Cultura). Também participaram do encontro os prefeitos de Louveira, Estanislau Steck, e de Jaguariúna, Gustavo Reis.
Durante a apresentação, os integrantes do grupo destacaram que a malha ferroviária ativa no estado corresponde a apenas 46% do total de trilhos existentes. Os outros 56% estão ociosos ou operam com baixa capacidade, um cenário que o governo pretende mudar com o PEF-SP e o projeto de lei 148/22, que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
“Essa porcentagem de malha ferroviária ociosa é preocupante. No momento, as ferrovias não atendem às necessidades do estado de São Paulo e precisamos reverter essa situação”, afirmou Fioravante. Segundo ele, o objetivo do plano é aumentar significativamente o transporte de cargas por trem, reduzindo a dependência do modal rodoviário.
A iniciativa ganha impulso com a Lei Federal 14.273/2021, que permite a operação de ferrovias por Estados e municípios através das chamadas shortlines (linhas de trajeto curto), com custos menores e maior flexibilidade. Para adequar a legislação estadual a essa mudança, o governo paulista encaminhou à Alesp o PL 148/22, que estabelece o marco regulatório para o setor no estado.
O gestor José Antonio Parimoschi destacou que a regulamentação do transporte ferroviário trará segurança jurídica para os investimentos no setor.
“O Brasil que dá certo é aquele que planeja suas ações. Mais ferrovias significam desenvolvimento, renda e emprego para todo o país”, afirmou.
A reunião em Jundiaí faz parte de uma série de encontros organizados pelo GT Ferrovias SP para debater o futuro do transporte ferroviário e sua importância para o desenvolvimento econômico do estado.