O jornalismo de Jundiaí está de luto com a perda de Émerson Moura Leite, que faleceu na noite de sexta-feira (14) em um trágico acidente no trevo da rodovia João Cereser. Aos 48 anos, ele deixa uma lacuna na imprensa local e entre os amigos e colegas de profissão.
A motocicleta que Émerson conduzia colidiu com uma carreta que não teria visto sua aproximação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ele já estava sem vida quando os socorristas chegaram ao local.
Uma trajetória dedicada à informação e à cidade
A paixão de Émerson pelo jornalismo nasceu cedo. Começou acompanhando seu pai, Lazinho Leite, que atuava na cobertura do futebol amador.
Depois, foi ser office-boy no Jornal da Cidade e, na sequência iniciou sua carreira profissional. Sob a orientação do jornalista Anelson Paixão, passou a auxiliar na editoria de esportes e rapidamente se destacou pelo talento e dedicação, construindo uma carreira marcada pelo compromisso com a informação e pela preocupação com os mais vulneráveis.
Formado em Jornalismo pela Faccamp, com pós-graduação em Segurança Pública e Cidadania pela Faculdade Anhanguera, Émerson atuou como repórter em rádios AM e no Jornal de Jundiaí. Entre suas reportagens mais emblemáticas, está a experiência em que se disfarçou de morador de rua e passou uma noite na Casa Santa Marta, expondo as dificuldades enfrentadas por quem vive sem um teto.
Seu trabalho jornalístico sempre se destacou pela sensibilidade e pelo compromisso social.
No setor público, teve papel relevante na comunicação institucional. Trabalhou na assessoria de Pedro Bigardi desde a campanha para deputado estadual, em 2010, e posteriormente assumiu a Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Jundiaí entre 2013 e 2016.
Nos últimos anos, assessorou Cristiano Lopes na gestão de Desenvolvimento Econômico e, mais recentemente, na Câmara Municipal, além de ter trabalhado com o vereador Edicarlos Vieira.
Admiração e lembranças dos colegas
A notícia de sua partida comoveu amigos e colegas de profissão. O jornalista Edi Gomes lembrou do início de sua carreira no Jornal da Cidade e da dedicação que sempre demonstrou. Anelson Paixão, que foi seu mentor, declarou que Émerson era “como um filho” e que sentia grande alegria de vê-lo crescer como profissional e ser humano.
Thiago Batista Olim destacou o compromisso social de Émerson, mencionando sua histórica reportagem sobre a Casa Santa Marta. O ex-prefeito Pedro Bigardi o definiu como “um amigo espirituoso e muito gente boa”, e o jornalista Edu Cerioni, do Jundiaqui, ressaltou sua paixão pela profissão e seu jeito simples e cativante.
Ariadne Gattolini, editora-chefe do Jornal de Jundiaí, relembrou sua habilidade com o texto e seu faro para grandes reportagens: “Trabalhar com ele era sempre uma aventura”. Marco Sapia, do Jundiaí Agora, destacou sua trajetória desde os tempos do Jornal da Cidade, passando por diversas editorias até se consolidar como um dos repórteres mais respeitados da cidade.
Eu conheci o Émerson no tempo da campanha de Pedro Bigardi para a prefeitura de Jundiaí. Sempre correto, animado e alegre, ele era uma pessoa querida e um profissional que marcou a história da imprensa na cidade. Triste sua partida.
Apaixonado pela vida e pelo Corinthians
Corintiano fanático, Émerson se definia como “sofredor sem arrependimentos”. Nos últimos meses, decidiu retomar a prática do futebol e se tornou sócio da Associação Esportiva Jundiaiense. Recuperado de dores no joelho, havia planejado voltar a jogar neste sábado (15) ao lado de amigos.
Deixa a esposa, Isabela Regina Silva, e a filha Liz, de pouco mais de dois anos. Sua partida prematura interrompe uma história de dedicação ao jornalismo e à cidade que tanto amava, mas seu legado permanece vivo na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Com informações do Jundiaí Agora, Jornal da Região, Jundiaqui e Jornal de Jundiaí