Um mapa datado de 1893, que registra as primeiras redes de água e esgoto de Jundiaí, passou por um processo de restauração e, em breve, estará disponível para consulta no Acervo Digital do Arquivo Histórico da cidade.
O documento, intitulado “Planta geral da cidade de Jundiahy – rede dos encanamentos e esgoto”, foi recuperado pela DAE Jundiaí em parceria com a Unidade de Gestão de Cultura da Prefeitura.
Recuperação histórica
A descoberta do mapa ocorreu entre os documentos armazenados na sede administrativa da DAE. Dada sua relevância histórica, a restauração foi acompanhada de perto pela equipe da empresa, sob coordenação do diretor-presidente Walter da Costa e Silva Filho, do diretor do Museu Histórico e Cultural Solar do Barão, Paulo Vicentini, e do gestor de Cultura, Marcelo Peroni.

A chefe da Seção de Geoprocessamento da DAE, Eliana Yuda, explicou que, por ser um documento de grande dimensão, ele não havia sido digitalizado, o que possibilitou uma restauração mais fiel ao original.
“No início, os mapas eram todos feitos em papel vegetal. Hoje, contamos com o Geomapa, sistema adquirido em 2011, que detalha toda a infraestrutura de saneamento da cidade”, comentou Eliana.
Processo de restauração
O trabalho de recuperação foi realizado pelo estúdio da restauradora Elisabetta Battioli, que já trabalhou com obras de Portinari, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. O processo, que durou cinco meses, incluiu a remoção de fungos, esterilização do papel e até a retirada cuidadosa de fitas adesivas com o uso de bisturi cirúrgico.
“Foi um dos trabalhos mais desafiadores que realizamos, mas também um dos mais fascinantes. Durante um mês, o mapa ficou exposto ao ozônio e infravermelho para eliminar as ondulações e os fungos”, relatou o restaurador técnico Sergio Jose Ribeiro, que integra a equipe de Elisabetta há quase 40 anos.
Destino do mapa restaurado
Com a restauração concluída, o documento passará a integrar o acervo do futuro Museu da Água, um projeto da DAE para preservar a história do saneamento em Jundiaí. A empresa está organizando um acervo de fotos, vídeos e peças, como hidrômetros históricos, e conta com a colaboração da população na busca por registros que ajudem a contar essa história.
Para ampliar o acesso, o mapa digitalizado será disponibilizado no Acervo Digital do Arquivo Histórico de Jundiaí.
“Esse material é uma referência valiosa para pesquisas sobre o desenvolvimento urbano da cidade. Sua preservação reflete o compromisso das instituições municipais com a memória de Jundiaí”, destacou Paulo Vicentini.
Enquanto o Museu da Água não é inaugurado, a planta permanece exposta na sala da presidência da DAE, onde pode ser consultada por especialistas e pesquisadores.