À frente da Diretoria de Cultura do governo Luiz Fernando Machado (PSDB), Marcelo Peroni chega com o desafio de integrar sua ampla experiência no teatro ao ambiente do setor público.
Com 27 anos de carreira como produtor, diretor e ator, Peroni busca imprimir uma gestão cultural baseada no diálogo, inclusão e planejamento estratégico.
“A ideia é criar uma Casa da Cultura acolhedora, que dialogue com todas as áreas e promova discussões conjuntas sobre o que está sendo feito”, destacou Peroni, que assumiu o cargo com a responsabilidade de conduzir eventos importantes, como a Festa da Uva e o Carnaval.
Marcelo Peroni reconhece que a cena cultural de Jundiaí reflete, em parte, as polarizações da sociedade. Ele enfatiza a necessidade de superar divisões e fomentar a colaboração entre artistas de diferentes áreas.
“Todos somos artistas com o mesmo objetivo: divulgar nosso trabalho da melhor forma possível.”
Entre as prioridades da gestão estão a formação artística e a valorização da cultura local.
Peroni acredita que o poder público deve fornecer ferramentas para a formação dos artistas, além de ampliar o acesso da população às manifestações culturais.
“Precisamos alimentar a cidade com a riqueza que temos, da cultura popular à música erudita, promovendo uma melhor qualidade de vida”.
Um dos pontos centrais da gestão é a institucionalização de políticas culturais por meio de leis que garantam a continuidade de programas, independentemente de mudanças de governo.
Peroni defende a constância em ações como editais de incentivo, festivais e mostras culturais, destacando a importância do planejamento de longo prazo para formar plateias e garantir um legado consistente.
“O processo de formação cultural leva anos. Precisamos pensar nas crianças que estão hoje na escola e serão os produtores culturais de amanhã. É fundamental instituir políticas que perdurem e garantam continuidade”, explicou.
O diretor de Cultura também valoriza a aproximação com movimentos culturais, coletivos e instituições como o Sesc.
Ele destacou o papel da gestão anterior na visibilidade de manifestações como a cultura popular, com grupos de maracatu, capoeira e folia de reis, e afirmou que pretende dar continuidade a essas iniciativas, ampliando o diálogo com diferentes segmentos.
“Estamos discutindo como incorporar novas manifestações e movimentos, como os ligados à questão de gênero, para refletir as mudanças da sociedade. O diálogo é essencial”, frisou.
Durante a entrevista, Peroni mencionou a necessidade de mapear e revitalizar os espaços culturais da cidade, garantindo que eles tenham programações consistentes e objetivos claros.
Ele apontou que eventos como mostras de dança e teatro precisam estar conectados às histórias e realidades locais.
“É importante identificar os pontos culturais da cidade e diferenciar as características de cada evento, criando referências para o público e fortalecendo a identidade cultural de Jundiaí”.