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Na guerra, a primeira vítima é a verdade

Domingo, 23 de outubro, 11 horas da manhã.

Saindo do supermercado, um senhor aparentando seus 60 anos, com camiseta, bermuda e chinelos me olha e diz:

Meu bom dia é Bolsonaro!

Minha reação, por impulso, foi dizer:

Deus me livre!.

Ao que ele respondeu:

Não voto em ladrão. 

Caminhei para o estacionamento, com as sacolas na mão, até meu carro. Fui pra casa pensando no acontecido. Lamentando, mais uma vez, a triste situação. Nesxe mundo da pós-verdade em que vivemos, onde informações e desinformações disputam o espaço nobre nas consciências de muitos. Como compreender a atitude daquele senhor que, na minha visão superficial teria tudo para não votar na extrema-direita, ali defendendo seu candidato, na porta de um supermercado num domingo de manhã?

Uma amiga querida um dia me disse:

É a ignorância.

Sim, talvez. Mas não só.

Ainda na tarde do domingo chega a notícia de que integrantes da Polícia Federal foram recebidos a tiros de fuzil e granada quando cumpriam a ordem de prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson em sua casa no município de Comendador Levy Gasparian, Rio de Janeiro.

As narrativas estão disponíveis em todas as redes sociais e sites de notícias. Não é possível alegar ignorância.

É mais além.

A realidade é que seja qual for o resultado das eleições, o estrago feito no âmago da sociedade brasileira vai perdurar por muito tempo. A estratégia da extrema-direita é, extremamente (sem ironia) bem articulada. Na disputa por corações e mentes vale tudo, desde notícias falsas (mentiras) até fatos falsos.

Estamos em meio a uma guerra não declarada. E, na guerra, a primeira vítima é a verdade.

Desconfio de tudo. Se até pastor mente ao dizer ter sido intimado e faz uma retratação falsa, que dizer de Roberto Jefferson? Basta dar um Google para saber um pouco a respeito de sua história.

Image by Kira from Pixabay 

 

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