Apertos de mão, sorrisos, flashes e muitos, muitos assessores. Uma atmosfera convencional quando se trata de política. Na noite da última quinta-feira (18) o auditório da sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Jundiaí, recebeu cerca de 200 pessoas para participar da sabatina com os candidatos à Prefeitura de Jundiaí organizada pela ONG Voto Consciente.
À mesa estavam Íbis Cruz (PTC), Luiz Fernando Machado (PSDB), Marilena Negro (PT), Paulo Taffarello (PSOL), Pedro Bigardi (PSD) e Ricardo Benassi (PPS). “É importante aproximar o eleitor do candidato. A intenção dessa sabatina é tornar a política mais acessível. Os eleitores precisam estar próximos dos candidatos para que seja possível fazer uma boa escolha, bem como fazer questionamentos e cobranças”, explicou Roberta Mangieri, coordenadora do Voto Consciente.
PRIMEIRA RODADA
Foram apresentados aos candidatos questionamentos elaborados por membros da ONG Voto Consciente. Entre palmas, vaias e pequenas manifestações verbais de última hora, os candidatos elaboraram respostas para diversos questionamentos envolvendo os principais temas da gestão pública do município.
Ao ser questionado sobre oferecer suporte às leis de incentivo à cultura, Íbis Cruz foi objetivo. “É necessário criar uma comissão de cultura. E claro se eu tiver a felicidade de ser eleito, darei toda a cobertura e apoio”.
O candidato Luiz Fernando Machado apresentou o seu ponto de vista em relação ao ensino pré-escolar e fundamental, argumentando que o tema é um desafio a ser enfrentado. “É uma fase do ensino em que um prefeito possui uma grande responsabilidade, pois envolve o desenvolvimento de uma criança. Devemos fortalecer a nossa rede administrativa, que hoje se encontra enfraquecida. Precisamos oferecer capacitação aos professores. É dessa forma que eu pretendo governar”.
A agricultura também apareceu entre os questionamentos. A candidata Marilena Negro falou sobre políticas de incentivo ao setor. “O processo de economia solidária, que está descrito no nosso plano de governo, é transversal e vai investir no turismo, no associativismo, nas cooperativas e em tecnologia do campo. Devemos produzir para a nossa própria cidade”.
Outro assunto abordado foi o meio ambiente. Para o candidato Paulo Taffarello, é de fundamental importância garantir a integralidade da Serra do Japi. “Nós temos uma posição bem clara em relação à Serra do Japi. Defendemos a proteção integral da área, que o Plano Diretor da cidade não contempla. É preciso fiscalizar as áreas já ocupadas e impedir que novas sejam ocupadas”.
Ao ser questionado sobre a elaboração do plano cicloviário, o candidato à reeleição Pedro Bigardi garantiu que o projeto está inserido no Plano Diretor. “Nós não íamos fazer ciclovias, pois precisávamos de qualidade técnica. Mas graças à ampla participação da sociedade no Plano Diretor, vamos destinar 10% dos recursos dos planos de contrapartida para a construção do plano cicloviário. Esse é o nosso compromisso”.
O candidato Ricardo Benassi expôs o seu ponto de vista com relação à valorização do patrimônio histórico e cultural de Jundiaí. “Não é cultura do brasileiro valorizar o patrimônio histórico. Precisamos mudar isso através da educação. As escolas precisam valorizar o patrimônio histórico da cidade. Isso vai trazer recursos para a cidade e esses recursos devem ser destinados à preservação”.
SEGUNDA RODADA
Na segunda rodada, foi a vez do público participar diretamente da sabatina. Os presentes inscritos, além de elaborarem os questionamentos, também direcionavam a réplica.
A saúde pública, tema que não foi questionado da primeira rodada, veio à tona na segunda fase da sabatina.
Ao ser questionado sobre os déficits do Hospital São Vicente, Pedro Bigardi lembrou de negociações que foram feitas para resolver o problema. “Quando assumimos, tínhamos uma dívida de R$ 150 milhões. Negociamos com os Vicentinos e transformamos em R$ 35 milhões. Pagamos R$ 7 milhões e os R$ 28 milhões restantes foram divididos em prestações. Tem R$ 40 milhões de dívidas trabalhistas, mas nenhuma consolidada. Portanto, poderíamos ter uma dívida de R$ 200 milhões, mas não temos”.