A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta quarta-feira (11) a disseminação global do novo coronavírus como uma pandemia, em meio ao aumento do número de casos e mortes em diversos países.
O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa na sede da OMS, em Genebra, Suíça.
“Atualmente, existem mais de 118 mil casos em 114 países e 4,2 mil pessoas perderam a vida. Outras milhares estão lutando por suas vidas em hospitais. Nos próximos dias e semanas, esperamos ver o número de casos, o número de mortes e o número de países afetados aumentar ainda mais”, afirmou Tedros.
O reconhecimento da COVID-19 como pandemia não altera a avaliação da ameaça representada pelo vírus, segundo a OMS. A entidade reforçou que os países devem adotar uma abordagem coordenada para conter a propagação da doença, envolvendo governos e a sociedade em uma estratégia integrada de prevenção, tratamento e mitigação dos impactos.
A OMS já havia declarado o surto do novo coronavírus como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em 30 de janeiro, o mais alto nível de alerta previsto no Regulamento Sanitário Internacional.
Nas Américas, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, destacou na semana passada três possíveis cenários para a evolução da COVID-19 na região: clusters de casos após importações, surtos localizados em ambientes fechados, como asilos e prisões, e transmissão comunitária em larga escala, mais provável durante a temporada de gripe.
Para enfrentar esses desafios, a OPAS recomenda medidas como a detecção e isolamento de casos, rastreamento de contatos, fortalecimento dos sistemas de saúde para atender ao aumento de pacientes graves e ações multissetoriais para desacelerar a transmissão do vírus.
Governos ao redor do mundo intensificam esforços para conter o avanço da COVID-19, adotando restrições de viagem, quarentenas e medidas emergenciais para proteger a população e mitigar os impactos na economia global.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse hoje (11) que vai conversar com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para avaliar os próximos passos no controle do novo coronavírus (Covid-19), depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como pandemia mundial.
“Eu não sou médico. Eu não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento [é que], outras gripes mataram mais do que essa”, disse, ao chegar no Palácio da Alvorada.
Em pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e televisão, na semana passada, o presidente já havia dito que não há motivo para pânico e convocou a população, em especial os profissionais de saúde, para um trabalho conjunto com o governo para superar a situação.