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Prefeitura inicia elaboração do “Plano de Bairro” do Centro

A Prefeitura de Jundiaí deu início ao processo de construção do Plano de Bairro do Centro, um projeto estratégico que busca revitalizar a região central da cidade e integrá-la aos desafios contemporâneos de mobilidade, habitação e qualidade de vida.

A iniciativa é conduzida pelas Unidades de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA) e de Cultura (UGC), com a participação de outras secretarias municipais e previsão de escuta pública ao longo dos próximos meses.

A proposta é articular diferentes políticas públicas em torno de um território historicamente importante, mas hoje marcado por esvaziamento, alta vacância de imóveis comerciais e desafios em segurança pública e mobilidade.

Segundo a diretora de Urbanismo da UGPUMA, Viviane de Cássia Olivatto Galiano, os estudos técnicos e projetos anteriores servirão de base para o novo plano, que deve ser construído de forma intersetorial e participativa.

“Conciliar a preservação do patrimônio com as necessidades da população, olhando para o futuro, será um grande desafio. Queremos para o centro: vida, cultura, habitação, arborização, mobilidade, turismo e o entendimento de que esta é uma área-chave da cidade”, afirmou o gestor da UGPUMA, André Ferrazzo.

Reverter o esvaziamento

Desde o início de sua gestão à frente do planejamento urbano, Ferrazzo tem enfatizado a importância de repovoar o centro como estratégia para conter a expansão desordenada da cidade e preservar áreas ambientais, como a Serra do Japi. Em entrevista publicada ao Oa, ele questionou a escassez de novos empreendimentos no centro, apesar da infraestrutura existente.

“A gente olha para o Centro e pergunta: por que ninguém quer empreender ali, se já tem infraestrutura, se já tem drenagem, se já tem linha de ônibus, se já tem hospital?”, disse Ferrazzo, que também defende incentivos para o mercado imobiliário e projetos que favoreçam a mobilidade ativa. “Queremos que as pessoas voltem a caminhar, a ocupar os espaços públicos. Isso é qualidade de vida real.”

Mercado imobiliário vê potencial

Representantes do setor imobiliário também têm discutido o potencial do centro de Jundiaí. Em entrevista ao Oa, Eli Gonçalves, vice-presidente de Comercialização e Inteligência de Mercado Imobiliário da Proempi (Associação de Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região), destacou que a região central concentra 14% das ocorrências criminais da cidade, o que afeta a percepção de segurança e desestimula moradores e comerciantes.

“Essa área central de Jundiaí concentra cerca de 14% das ocorrências policiais registradas na cidade, o que gera uma percepção de insegurança por parte de moradores e frequentadores da região. Isso inibe tanto novos moradores quanto comerciantes, que acabam optando por outros bairros”, afirmou.

Além da segurança pública, Eli apontou a falta de transporte público eficiente — especialmente à noite — e a ausência de ciclovias conectadas como entraves para a reocupação da área. Ainda assim, ele vê oportunidades:

“O Centro de Jundiaí tem grande potencial para receber novos empreendimentos residenciais. Isso pode ser viável com incentivos legais, como coeficientes de aproveitamento mais generosos, e políticas de retrofit de prédios antigos.”

Gonçalves também defendeu a criação de programas de habitação de interesse social com subsídios governamentais e destacou que segurança e mobilidade são condições fundamentais para o sucesso de qualquer política de revitalização urbana.

A primeira reunião de trabalho da equipe técnica da Prefeitura. FOTO: PMJ
Próximos passos

O desenvolvimento do Plano de Bairro do Centro ocorrerá ao longo dos próximos meses e prevê a realização de oficinas públicas, articulação entre diferentes setores da Prefeitura e o aprofundamento técnico dos projetos.

A expectativa é que o resultado final traga diretrizes concretas para transformar a região central em um espaço mais inclusivo, sustentável e conectado com as demandas da população.

O diretor de Patrimônio Histórico, Fernando Maranha Peche, ressalta que o centro histórico é “um espaço multifuncional, que representa o reconhecimento, o pertencimento e a identidade da população”. Para ele, o envolvimento de diferentes setores e da sociedade civil será essencial para fazer a região central “voltar a pulsar com vida”.

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