A Prefeitura de Jundiaí realiza neste domingo (8), na Base Ecológica da Serra do Japi, o lançamento oficial do processo de implantação da Fundação Serra do Japi , órgão criado para ampliar a proteção e a gestão sustentável do principal patrimônio natural da cidade.
A cerimônia, marcada para as 9h30, integra as comemorações dos 32 anos do tombamento estadual da reserva, decretado em 1983.
Aprovada pela Câmara Municipal nesta semana, a fundação surge como uma estrutura enxuta de direito público, com foco exclusivo na conservação da Serra. Segundo o prefeito Pedro Bigardi, a inovação faz parte do plano de governo para fortalecer políticas ambientais.
“São apenas três cargos, uma gestão ágil, que permitirá articular ações de preservação, convênios e até parcerias internacionais”, destacou.
A entidade será gerida por um Conselho Curador , composto por representantes do Gabinete do Prefeito, da Secretaria de Administração e Gestão e da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente. Já o Conselho Fiscal terá membros da Secretaria de Finanças, da Secretaria de Administração e do Conselho Gestor do Território da Serra do Japi, garantindo transparência nas operações.
Histórico de proteção
A criação da fundação consolida décadas de luta pela preservação da Serra. As primeiras ações datam do início do século 20, quando a Prefeitura adquiriu áreas para proteção de mananciais. Na década de 1950, o prefeito Vasco Venchiarutti ampliou as zonas de preservação. Em 1969, o Plano Diretor restringiu o desenvolvimento urbano acima da cota de 900 metros, medida que ganhou força após uma passeata ecológica em 1978.
O marco decisivo ocorreu em 1983, quando o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado)tombou a Serra como monumento natural, atendendo a pressões de cientistas, moradores e do próprio município.
“Na época, como engenheiro da Prefeitura, ajudei a adaptar a lei do tombamento às demandas da Serra. Foi um avanço visionário”, lembra Bigardi.
Nos anos seguintes, Jundiaí regulamentou sua Área de Proteção Ambiental (APA) e criou a Reserva Biológica Municipal (Rebio) em 1991, em parceria com a Unicamp. Em 2006, uma lei federal específica para a Mata Atlântica reforçou o arcabouço legal.
Novos desafios
A Fundação Serra do Japi, prevista em lei desde 2014, assume agora a missão de integrar esforços de conservação, recuperação de áreas degradadas e promoção de pesquisas.
“É um passo para garantir que a Serra continue sendo um símbolo de resistência ambiental”, concluiu o prefeito.
O evento desta manhã reúne autoridades, ambientalistas e comunidades tradicionais, celebrando não apenas o passado, mas o futuro da reserva que abriga 30% da biodiversidade do município.