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Prefeitura prepara mudança no IPTU após 25 anos e revela desafios para equilibrar as contas públicas

A Prefeitura de Jundiaí sinalizou durante audiência pública nesta quarta-feira, 26, que o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) – tributo que incide sobre propriedades urbanas – passará por revisão técnica após mais de 25 anos sem atualização em sua base de cálculo.

O anúncio foi feito pelo gestor de Finanças e Governo e vice-prefeito, Ricardo Benassi, e pelo gestor adjunto de Finanças, José Roberto Rizzotti, durante a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, que define as metas fiscais do município.

A medida, segundo eles, busca corrigir distorções históricas, mas autoridades garantem que o objetivo não é aumentar a arrecadação total, e sim redistribuir a carga tributária com mais equidade.

IPTU e ITBI: os impostos que ficarão com os municípios

Com a reforma tributária federal, o IPTU e o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) – cobrado na venda de imóveis – se tornarão as principais fontes de receita própria dos municípios a partir de 2026, explicou Rizzotti.

Atualmente, a falta de atualização do IPTU em Jundiaí gera desigualdades: imóveis em áreas valorizadas podem estar pagando valores defasados, enquanto outros bairros suportam uma carga desproporcional, segundo ele.

  • O que é IPTU? Tributo anual pago por proprietários de imóveis urbanos, calculado com base no valor venal (estimativa de mercado) do bem.
  • O que é ITBI? Imposto cobrado apenas quando um imóvel é vendido, com alíquota variável (em Jundiaí, atualmente é de 2%).

O gestor adjunto de Finanças, destacou que a revisão não significa aumento generalizado do tributo.

“Cidades que fizeram esse ajuste viram parte da população ter redução no IPTU, enquanto outras tiveram aumento. O objetivo é justiça fiscal, não elevar a arrecadação”, explicou.

Desafios fiscais: dívida, previdência e gastos com pessoal

A LDO 2026 também trouxe projeções sobre os principais desafios financeiros do município:

Dívida Pública:

A dívida pública, em 2024, representava 19,56% da receita, com previsão de subir para 20,68% em 2026 antes de cair gradualmente.
O serviço da dívida (juros e amortizações) saltará de R$ 104 milhões (2024) para R$ 171 milhões (2026), pressionando o orçamento até 2040, um crescimento de 64%.

Previdência dos servidores (RPPS):

Custo anual: R$ 250 milhões (incluindo complemento para cobrir déficit).
11 mil beneficiários, com aposentadorias médias de R$ 10 mil a R$ 10,5 mil
Nenhuma pendência de pagamentos em 2024.

Gastos com pessoal:

Atualmente consomem 42,72% da receita corrente líquida (limite é 51,3%).
A prefeitura planeja conter despesas, mas reajustes seguirão o INPC (inflação).

Transparência e próximos passos

A audiência da LDO é a primeira etapa do ciclo orçamentário.

O documento orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2026, que será enviada à Câmara em setembro e definirá onde cada real será gasto.

Próximas etapas

Abril a agosto: Discussões técnicas e ajustes nas projeções.
Setembro: Envio da LOA ao Legislativo.
Outubro/novembro: Nova audiência pública e votação.

O vice-prefeito Ricardo Benassi reforçou o compromisso com o equilíbrio fiscal:

“Trabalhamos com projeções realistas para não gastar mais do que arrecadamos. A participação popular é essencial nesse processo”.

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