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Caminhei por algumas quadras na avenida Paulista agora, por volta de 14 horas deste 2 de outubro. É nos momentos mais dramáticos da história brasileira que a avenida Paulista pulsa.

Seu espaço abriga manifestações de todo tipo, até anti-democráticas pseudo-nacionalistas. Mas, neste domingo, dia do primeiro turno das eleições mais importantes desde a redemocratização, a Paulista, nesse início de tarde, parece em compasso de espera.

A coalização que tem à frente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu o espaço para uma manifestação hoje, seja ela pra comemorar a vitória de seu candidato ou dar início à campanha para o segundo turno.

Mas são poucas as pessoas usando vermelho, cor símbolo do Partido dos Trabalhadores, e talvez o mesmo tanto de gente usando o verde e amarelo, cores da bandeira brasileira e da Seleção, mas que foram usurpadas pela extrema-direita sob o comando do atual presidente e canditado à reeleição, Jair Messias Bolsonaro.

A Paulista parece uma Paulista de algum domingo qualquer, com Sol, mas ventinho frio,  A maioria (do que pude ver) veste cores neutras, Preto, cinza, branco. Cara de São Paulo.

Sinto, porém, o clima tenso. Talvez seja meu próprio estado de ânimo. Mas sinto.

Votei cedo. No colégio onde fica minha zona eleitoral (ao contrário de certos candidatos, sei exatamente onde fica) não havia bandeiras, nem cabos eleitorais — nem próximo onde a lei eleitoral permite. Pouca gente de verde e amarelo, menos ainda de vermelho.

É, sem dúvida, a eleição mais atípica desde a redemocratização.

A Paulista me parece quieta. Reservada. Reservada e quieta como estou eu hoje. A Paulista assim me acolhe. É São Paulo, essa cidade maluca e maravilhosa, que tem um pouco de Brasil e de mundo em cada esquina.

Na Paulista se pode ser diferente. Ou igual. Não importa.

Mas hoje a história é outra. É um dia marcante. E cada voto, cada minuto conta.

Há uma possibilidade de vitória da esquerda. Pode ser. Mas não haverá nem pesquisa de boca-de-urna pra se ter uma ideia de como andas as coisas e, pelo que já foi divulgado, não é possível cravar se teremos ou não um segundo turno.

Resta esperar.

Na Paulista, e no Brasil todo, as horas passam devagar.

 

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