Eu havia acompanhado outras mobilizações e manifestações no Brasil. Naquela tarde fria de junho, porém, alguma motivação diferente me fez ir pra rua e acompanhar as manifestações que aconteciam na capital, São Paulo.
Naqueles dias eu lia Sem Lugar para se Esconder, de Glenn Greenwald e começava a perceber algo que depois vim saber chamar-se Guerra Híbrida.
Algumas coisas me chamaram a atenção naquele dia.
- a hostilidade dos manifestantes contra militantes de partidos políticos. Lembro de uma espécie de bloco de algum partido de esquerda que chegou com suas bandeiras coloridas e, praticamente, foi expulso da Avenida Paulista.
- a movimentação de grupos estranhos com ações que pareciam coordenadas e resultavam em violência.
- a falta de um real motivo para aquelas manifestações. Não poderia ser apenas pelos 20 centavos da tarifa.
Hoje, passados nove anos daquele momento é possível perceber o quanto havia de calculado naquele movimento. Uma grande inteligência controlava a massa de uma forma jamais vista. Um modelo que se seguiu ao da Primavera Árabe e outros.
Depois daquele junho o Brasil mudou. A caixa se abriu definitivamente para o que havia e há de pior.
Vivemos hoje dentro de uma guerra. A nossa parte da guerra que o mundo do poder trava contra as pessoas, justamente para se manter no poder. Uma guerra onde a principal conquista são corações & mentes.
Sobram motivos para indignação, tristeza, raiva. Mas precisamos ir além de nós mesmos e encontrar formas de resgatar o planeta e o Brasil. Trazer de volta a força da Natureza, o olhar para as necessidades das pessoas, pensar num mundo mais equilibrado e para todos.
FOTO: Flavio Gut (junho de 2013, em São Paulo).
As Jornadas de junho de 2013, também referenciadas como Levante popular de 2013, Insurreição de 2013, ou Protestos no Brasil em 2013, foram uma série de mobilizações de massa ocorridas simultaneamente em mais de 500 cidades do Brasil no ano de 2013. Segundo explica o Google.