Estreando esta semana nos cinemas, “Vitória” é um filme brasileiro de Andrucha Waddington, baseado em um caso real que aconteceu no Rio de Janeiro.
Estrela do longa, Fernanda Montenegro, aos 95 anos, interpreta a corajosa Dona Nina, que, com uma câmera caseira, documenta crimes de traficantes e policiais corruptos na favela da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana.
O filme, em cartaz no Cinépolis do Shopping Jundiaí e no Moviecom do Maxi Shopping, conta a história de Joana Zeferino da Paz, uma aposentada que enfrentou o sistema para expor a violência em sua comunidade e se tornou um ícone de resistência.
A história de uma mulher extraordinária
Joana, aos 80 anos, iniciou a filmagem clandestina de atividades criminosas em 2005, com o objetivo de denunciar a crescente violência na região.
Com a ajuda do jornalista Fábio Gusmão, as imagens gravadas por Joana ajudaram a desmantelar uma perigosa quadrilha, resultando na prisão de cerca de 30 pessoas, incluindo policiais militares.
Sua história ficou em segredo por muitos anos, e ela viveu sob proteção do Programa de Proteção à Testemunha até sua morte em 2023.
O filme, escrito por Paula Fiúza e baseado no livro de Gusmão, busca refletir a coragem, a força e a resiliência de uma mulher que, em meio à solidão da velhice, encontrou um propósito maior. A personagem, interpretada por Montenegro, não se vê como vítima, mas como alguém que desafia o sistema em busca de justiça social.
própria Joana da Paz, ainda viva, teve o prazer de saber que seria interpretada por sua atriz favorita antes de falecer.
Fernanda Montenegro: solidão e força na velhice
Em entrevista à CNN, Montenegro refletiu sobre a solidão na velhice, tema central do filme. Para a atriz, a solidão é algo inevitável com o passar dos anos, mas a personagem Dona Nina não se deixa abater por isso.
“Na velhice, a solidão é inarredável. A vida vai levando você à solidão. Mas o filme não trata Vitória como uma sofrida, demagógica e melodramática. Pelo contrário, é uma mulher afetuosa e destemida”, disse Montenegro.
A atriz também comentou sobre a adaptação de Dona Nina à era eletrônica, utilizando recursos como televisão e telefone para documentar a realidade ao seu redor. A solidão da personagem é enfrentada com coragem e resiliência, características que a atriz associou à sua própria visão sobre a velhice.
Um filme sobre coragem e resistência
Com a direção de Andrucha Waddington, “Vitória” não só é uma homenagem a uma mulher que desafiou grandes poderes, mas também um retrato de uma mulher que, na solidão de sua velhice, lutou por justiça social.
A história de Joana da Paz ganhou notoriedade em 2005 e, agora, é eternizada no cinema, com a participação de outros grandes nomes do elenco como Alan Rocha, Linn da Quebrada e Laila Garin.
“Vitória” é mais do que um filme sobre uma denúncia, é um tributo à coragem, à perseverança e à luta pela verdade, mesmo quando tudo parece estar contra.
Está em cartaz no Cinépolis do Shopping Jundiaí e no Moviecom do Maxi Shopping.